Apresentação
O presente trabalho faz uma análise, à luz de Paulo Freire, Mário Parisi, dentre outros, sobre a avaliação e organização do trabalho pedagógico, considerando inúmeros aspectos e determinantes para avaliar;
A avaliação requer uma leitura da situação social, passando ainda por: Responsabilidade, mudança, problematização, conscientização, compromisso, inclusão e esperança.
Avaliação e organização do trabalho pedagógico: Uma ordem freireana.
Pensar na ação educativa, como processo de liberdade do homem, impõe a coragem de, entre outros fatores lançar o olhar crítico sobre os determinantes estruturais da escola, anaalisando as formas organizadas do trabalho pedagógico e as condições concretas do contexto educativo.
Para nos posicionarmos positivamente diante dos obstáculos que se apresentarão, posição essa, que nos leve teimosamente aonde queremos chegar.
À luz da concecpção de educação libertadora de Paulo Freire
Pensar nos trabalhos pedagógicos e na prática educativa na concepção Freireana nos remete ao pensamento da ideia da educação como ato de liberdade. Tendo para isso a compreensão da literatura do livro pedagogia da autonomia, nos provoca com as seguintes ideias:
Tenho chamado a atenção para a natureza humana constituindo-se social e historicamente e não nos fazemos conscientes estś marcada pela finitude, pela inclusão e nos caracteriza como seres históricos.
Não apenas temos sido inacados, mas nos tornamos capazes de nos saberes inacabados.
Aí se abre para nós à possibilidade de inserção numa busca permanente. Uma das raízes da educação, e que faz especifidades humanas, se acha na realidade da inconclusão que se percebe como tal. A permanência da educação também está no caráter de constância da busca, percebida como necessária. (Freire,1977:35)
Como ato de liberdade, a educação deve configurar-se como rejeição a qualquer forma de aprisionamento, domesticação, alienação, opressão para constituir-se como experiência dialética da libertação do homem, que se realiza no diálogo entre educador e educando.
Nesta abordagem supracitada, implica em compreender a educação como de conhecimento e a relação interativa aprender-ensinar como desafio, curiosidade epistemológica, dúvida, provocação, criticidade, diálogo, reinvenção e recriação.
Destacamos a avaliação como elemento chave na organização e compreensão do trabalho pedagógico.
Por sabermos que ensinar exige a reflexão crítica sobre a prática, porque a razão e a emoção, se configuram como elementos constituídos dos ser humano em sua unicidade. Quando pensamos criticamente sobre a prática estamos nos avaliando. “A prática docente crítica, implicante do pensar certo, envolve o movimento dinâmico, dialético entre o fazer e o pensar sobre o fazer”. (Freire, 1999:43).
Historicamente, a palavra avaliação tem sido associada a julgamento autoritário, prova, erro, fracasso, reprovação e ainda hoje apesar do avanço teórico no campo da avaliação educacional, apesar dos novos paradigmas que enfatizam o caráter emanicipatório, libertador da avaliação, a prática pedagógica resiste em romper com uma cultura avaliativa que aprisiona, domestica, adestra, aliena e oprime.
Apesar de estarmos no terceiro milênio, estamos ainda condicionados a uma tradição dos exames escolares, que foi sistematizada nos séculos XVI e XVII, com as configurações das atividades pedagógicas produzidas pelos padres jesuítas (séc. XVI) e pelo bispo protestante John Amós (séc. XVII). Certamente que existiam exames antes desse período; por exemplo, existem registros antes utilizados na China, em torno de três mil antes de Cristo, para seelecionar homens para o exército, pórém, “exames escolares”, como são praticados hoje na escola, foram sistematizados com o advento da modernidade.
A pedagogia que emerge da confluência das teorias pedagógicas jesuítas e comenianas constitue o que hoje denominamos de pedagogia tradicional.
Não é de graça que, ainda hoje, estamos praticando, em nossas escolas regras estabelecidas dos séculos XVI e XVII.
De acordo com Parisis, comênio surgeriu o poder púlblico de criar um personagem chamado 'Escolar', que tinha a responsabilidade de avaliar a escola, não o aluno. Não é este o espírito do chamado “provão” do ministério da Educação aplicada aos alunos das universidades? “Comênio antecipou, em muito essa proposta” (parisi, 1991:58).
Apesar das enumeras concepções de avaliações a exemplos: classificatórias, educativa e auto-avaliação, que é frequentemente aplicada nos trabalhos pedagógicos avaliativos, encaminhavam tais aplicalções para serem refletidas à luz de freire, que nos ensina a avaliar humanizadamente como: consideramos o ser humano com as suas multifacetada experiência. Ele é um ser integral bio-psico-coagnitivo-social-histórico-espiritual.
Avaliação e mudança: que está ligada a ideia de contrapor a avaliação progressiva que passara pelo desafio da intencionalidade.
Para Freire, “os objeticos sociais mediam e produzam limites para o desenvolvimento do trabalho pedagógico na sala de aula.” (Freire, 1995:94).
Mudar é um ato de coragem que exige posicionamento definido quanto à direção que queremos dar às nossas ações a partir do entendimento que teremos dos objetivos sociais.
Avaliação e problematização
Indagar é esforça-se por descobrir, é procurar saber, investigar, pesquisar, ir além do aparente; implica no adentramento crítico que nos leva à apreensão mais profunda do fenômeno do estudo. A atitude indagadora que caracteriza o ato de problematizar a avaliação representa o esforço de tomar a distância para tentar compreender, buscar significados nas respostas dadas pelos alunos as questões postas.
Avaliação e conscientização
A conscientização, como atitude crítica frete ao mundo, caracteriza-se pela unidade dialética entre a ação e a reflexão. Como ação reflexiva, a avaliação se configura como processo de conscien-tização em que a dialogicidade e a interação serve de lastro à construção em que a dialogicidade e a interação serve de lastro à construção do conhecimento crítico.
Avaliação e compromisso
A ação avaliada pontada na problematização e conscientização, tendo como horizonte a hu-manização do homem, tem que estar comprometida com a construção de uma nova sociedade. Nes-se sentido, o compromisso com um projeto pedagógico.
É no coletivo que a ação pedagógica é construída e o compromisso político-pedagógico se tornam práxis.
Avaliação e inclusão
Infelizmente, o controle social tem, na avaliação escolar, uma importante aliada nos processos seletivos da sociedade de classes. O sistema escolar não esta organizado para incluir, continua excluindo. Para combater a exclusão temos que contrapor a avaliação inclusiva que está preocupada em garantir o acesso e permanência e aprendizagem de cada um.
Avaliação e esperança
Avaliar com esperança diante do quadro que se apresenta é visualizar uma nova organização escolar esperançado-nos na luta por uma escola cidadã e por mundo melhor.
Revisão / Bibliografia
A prática educativa nos dias de hoje requer muitos saberes, esses saberes são indispensáveis para uma prática educativa realista, para tanto a leitura do livro pedagogia da autonomia de Paulo Freire, no ano de 1999, nos leva a essa compreensão.
No entato a educação escolar é nosso fazer maior, que a todo instante desafia no saber, ou requer um saber realista da situação e seus determinantes. O livro do Professor João francisco de Souza, A educação escolar, nosso fazer maior produzido pelo NUPE – Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão Popular do centro de educação UFPE. Ano 2000.
Porém, para avaliar precisamos tomar partindo de uma linha avaliativa, para a linha humanis-ta, temos Paulo freire que nos convida para avaliar criticamente nossa prática, que está bem explica-da no texto da Professora Maria Helena da Costa Carvalho. Avaliação e organização do trabalho pedagócido: Uma abordagem Freireana.
Bibliografia
Freire, Paulo. Pedagogia da autonomia, Ed. Paz e Terra, 12ª edição, P, 1999.
Souza, Francisco João. A educação, Nosso Fazer Maior, Desafia o Nosso Saber. Ed. Bagaço, Sp, 2000.
Parisi, Mario. Fundamentos da educação, História e Filosofia da Educação, Ed. Saraiva, SP, 1998.