14 de dez. de 2011






O menino olhava a avó escrevendo uma carta. A certa altura, perguntou:
- Você está escrevendo uma história que aconteceu conosco?
E por acaso, é uma história sobre mim?
A avó parou a carta, sorriu, e comentou com o neto:
- Estou escrevendo sobre você, é verdade.
Entretanto, mais importante do que as palavras, é o lápis que estou usando. Gostaria que você fosse como ele, quando crescesse.
O menino olhou para o lápis, intrigado, e não viu nada de especial.
- Mas ele é igual a todos os lápis que vi em minha vida!
-Tudo depende do modo como você olha as coisas.
Há cinco qualidades nele que, se você conseguir mantê-las, será sempre uma pessoa em paz com o mundo:
"Primeira qualidade:
Você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer nunca que existe uma Mão que guia seus passos. Esta mão nós chamamos de Deus, e Ele deve sempre conduzi-lo em direção à Sua vontade".
"Segunda qualidade:
De vez em quando eu preciso parar o que estou escrevendo, e usar o apontador. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas no final, ele está mais afiado. Portanto, saiba suportar algumas dores, porque elas o farão ser uma pessoa melhor."
"Terceira qualidade:
O lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que estava errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é, necessariamente algo mau, mas algo importante para nos manter no caminho da justiça".
"Quarta qualidade:
O que realmente importa no lápis não é a madeira ou sua forma exterior, mas o grafite que está dentro. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você."
"Finalmente, a quinta qualidade do lápis: ele sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo que você fizer na vida, irá deixar traços, e procure ser consciente de cada ação".


  

1 de dez. de 2011

SINCRETISMO RELIGIOSO




SINCRETISMO RELIGIOSO

   O termo sincretismo etimologicamente significa “combinar”, do grego synketizou. Historicamente, remete-nos a união dos cretenses numa espécie de república das cidades, somando forças para enfrentar o inimigo comum. Com isso, o termo sincretismo passou para a história das religiões também para o estudo antropológico, indicando uma combinação de ritos, procedentes de tradições não homogêneas, até atingir um conjunto de formas religiosas comuns.
   O Brasil é considerado um dos países mais religiosos do mundo. Na sua gênese esta religiosidade brasileira sofreu influência de várias matrizes culturais (negro, branco e do índio) e religiosas, haja vista que o catolicismo oficial introduzido pelos portugueses e jesuítas durante a colonização no Brasil conviveu,também, o catolicismo popular e com o candomblé e a umbanda, trazidas pelos negros vindos da África; com o protestantismo e etc.
   Sincretismo, portanto, é a fusão de religiões, ritos, crenças e personagens culturais.
   Há três tipos de sincretismo:
1.     SINCRETISMO GUERREIRO – exprime as ânsias, as lutas e as histórias dos portugueses e navegantes durante a colonização.
2.     SINCRETISMO PATRIARCAL – se instala com a criação e desenvolvimento dos engenhos de açúcar, fazendas de cacau etc.
3.     SINCRETISMO POPULAR – representa a interpretação dada pelos índios africanos à religião da classe dominante. Ex: o culto afro.
   Percebe-se que uma grande parte da população brasileira confessa a fé católica, mas pratica um cristianismo popular  mais chegado ao animismo nativo e ao feitichismo, trazido pelo negro escravo, do que na doutrina católica ministrada pelo colonizador. Ex.: os orixás (400ª600) africanos herdaram o nome dos santos do catolicismo.
   Segundo o escritor Champlin, o sincretismo pode ser classificado em:
·        SINCRETISMO ARTIFICIAL – quando emerge de uma mente preguiçosa, que não desejando investigar em profundidade, se contenta em ajuntar as ideias já existentes nas diversas expressões de fé religiosa, formando uma espécie de salada de crenças.
·        SINCRETISMO PROFUNDO – ocorre quando o discernimento de vários sistemas que contém fragmentos da verdade podem nos levar a obter um quadro melhor da própria verdade.

VOCABULÁRIO:

ANIMISMO – a alma anima todos os seres vivos.
TOTEMISMO – poder espirituais dado aos animais, vegetais e pessoas.
ORIXÁS – divindades intermediárias entre deus e os homens.
No Brasil há 17 orixás e na África entre 400 e 600.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
CUMINO, Alexandre. Deus, deuses e divindades: Os vários nomes, formas e arquétipos de Deus, deuses e deusas. São Paulo: Madras, 2004, 152p.
KÜNG, Hans. Religiões do mundo: Em busca dos pontos comuns. Tradução de Carlos Almeida Pereira. Campinas, SP: Vérus, 2004,283p.



9 de out. de 2011

A ESCASSEZ DE PROFESSORES



FALTAM PROFESSORES NO MUNDO
( Diário de Pernambuco 09 de Outubro de 2011 )

Neste artigo, o jornal supracitado relata um estudo da Organização das Nações Unidas (ONU ) estima que o mundo precisa de 6,1 milhões de professores a mais para atingir a meta de colocar todas as crianças na escola até 2015. Nesta linha, a redação deste jornal, registra que os Estados árabes necessitam de 243 mil docentes. Isto é, dentre outros fatores o resultado da influência religiosa nestes Estados. Haja vista o que ocorreu na península lusa ( portuguesa ) no século XIX .
Segundo o escritor Ronaldo Vainfas ( 56:2007 ), o quadro era o seguinte: De todas as nações da Europa, Portugal continuaria sendo, a mais católica, a mais conservadora e a mais avessa às ideias libertárias que produziam revoluções e transformações em outros países. Quais foram as consequencias deste conservadorismo ou adesão a fé católica neste período?

  • Só em Lisboa havia mais de 180 monastérios – praticamente todos os edifícios mais vistosos
    eram igrejas e conventos ( para uma cidade relativamente pequena com 200 000 mil habitantes).
  • A morte de D.José, herdeiro do trono , irmão mais velho do príncipe regente D.João, havia morrido de varíola, e qual a razão desta morte? Não cabia à Ciência interferir, pois a decisão entre a vida e a morte estava nas “mãos de Deus”, o príncipe morreu porque sua mãe D.Maria I, tinha proibido os médicos de lhe aplicar vacina.
  • A vida social pautava-se pelas missas, procissões e outras cerimônias religiosas.
  • Para impedir o contato entre homens e mulheres durante os serviços litúrgicos, em meados do século XVIII foram ergidas grades de madeira que dividiam o interior de todas as igrejas de Lisboa.
  • Portugal foi o último país europeu a abolir os autos da inquisição;
Retornando a pesquisa da ONU identificou que, o sul e oeste da Ásia, 292 mil professores, a Europa ocidental e a América do norte, 155 mil. Europa central e oriental, Ásia Central e Ocidental, América Latina e Caribe, juntas, contabilizam 11% da escasssez global de professores.
Analisando o piso salarial de alguns profissionais, é possível perceber o descaso atribuido à algumas profissões no Brasil, vejamos:

Para exemplificar, no Rio de Janeiro;

  • BOPE 2.260,00
  • BOMBEIRO 960,00
  • MÉDICO 1.260,00
  • PROFESSOR 1.187,00

Observe agora o salário de um deputado federal, R$ 26.700,00.
Precisamos de política pública que visem merolhar a qualidade da educação e garantir condições dignas de trabalho ao educador para evitar problemas sérios com a falta de professores”( Juçara Maria – entrevista da revista A realidade sem retoques da educação no Brasil ).
Nas minhas conversas com alguns profissionais da educação, tenho indagado: Por que o magistério deixou de ser uma profissão atraente? Obtive as respectivas respostas:

Salários baixos;
Falta de infra-estrutura;
Falta de segurança nas escolas, pois o professor tem que administrar os obstáculos internos e externos;
A terceirização da educação doméstica para unidade escolar;
Estes fatores, reflete sobre a qualidade do ensino. Precisamos valorizar mais o educador com política salarial séria, estimulando-os cada vez mais, pois todas as profissões depedem destes verdadeiros hérois e heroinas.




BIBLIOGRAFIA:



VAINFAS, Ronaldo. 1808 - Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil: Editora Planeta do Brasil, 2007, S.P;

VAINFAS, Ronaldo.1822 – Como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil – um país que tinha tudo para dar errado.

Www.senado.gov.br : Acesso 09-10-11 às 10:55 hs.




19 de jun. de 2011

ANÁLISE DO TEXTO : Normas da fornicação










O autor Ronaldo Vainfas discorre sobre o tema apresentando primeiramente  as práticas ilícitas ,que no discurso da igreja,  eram consideradas condenadas. Em segundo lugar, o mesmo, apresenta  as chamadas práticas lícitas, as toleradas e apoiadas pela elite brasileira e em parte por uma fatia da sociedade.
No período da colônia ibérica, havia um discurso magnífico tanto do estado português sobre as regras práticas e condutas sobre a fornicação, bem com o discurso da igreja em frear algumas práticas como ilícitas, e como transgressoras do sexto mandamento.
No conceito da elite portuguesa e da igreja, o Brasil colônia era uma espécie de terra do prazer, onde regras morais não valiam, e que todos poderiam viver harmoniosamente nos profundos desregramentos em matéria sexual.
Pintava-se um retrato do Brasil, como uma terra exótica, em que os prazeres da carne efervesciam em função das exóticas mulheres, era a terra que imperava a liberdade sexual.
O autor Gilberto Freire questionava  a frouxidão moral na colônia, pois os portugueses criaram tantas leis proibitivas, e quando chegaram na colônia começaram a praticar todos os atos repugnados por suas leis e pelo discurso da igreja sobre a fornicação. Segundo Vainfas o “aparente desregramento sexual dos portugueses funcionava, na prática, como condição inerente ao processo colonizatório e na paradoxal tolerância mal disfarçada pelos poderes empenhados na colonização”.
No século XVI a igreja se esforçava em seu discurso, sobre tais práticas, tanto que tentava incultar a noção do pecado e o sentimento de culpa na vida dos colonos.
Neste período, ainda surgiu tanto no Brasil colônia como em outros países a controvérsia se a fornicação não era pecado. Se era lícito o homem praticar relação com mulheres que não fosse sua esposa.
A igreja reagiu a tudo isso punindo a todos que nutrissem tais convicções. Abrimos um parêntese para esboçar alguns conceitos levantados pelas autoridades da igreja, em relação ao próprio sexo nos primeiros séculos.
Segundo Orígenes o sexo era algo tão ignominioso e pecaminoso que, num imprudente acesso de zelo, chegou a castrar-se.
Para Agostinho, o ato sexual reabria a ferida espiritual curada na obra de Cristo na cruz, de sorte que o aceitava com extremo rigor apenas no casamento, e que os filhos resultados do relacionamento sexual, trazem consigo a contaminação e o pecado resultante desse ato.
Conforme Jerônimo, o sexo tem uma função puramente animal, e que não há nenhuma ligação entre este e o amor.
Devemos reconhecer que a teologia que esposavam e os conceitos éticos que defendiam como certos foram em grande parte influenciados e formados pelos conceitos errôneos dos seus tempos.
Segundo Vainfas, “pecado e sexo eram ideias associadas”. Este era o discurso da igreja para os “desafiadores” do sexto mandamento, tentando difundir os conceitos da pastoral católica dos tempos modernos.
Havia um discurso, no século XVI em relação a prática da fornicação, que seria permitida se limitassem apenas a homens e mulheres solteiras. Na opinião de outros mais ousados, “não era pecado fazer amor com uma mulher, fosse ela celibatária, virgem ou casada; sem lhe pagar, sem mentir, sem nada lhe prometer, desde que ela o consinta livremente”. Era um discurso que expressava os privilégios masculinos e o legado da península conforme Vainfas.
Em segundo lugar, o autor Vainfas enfatiza as relações sexuais, aceitas como fornicação lícita. Neste caso deitar-se com mulheres “solteiras” não era pecado. O sentido de mulheres “solteiras” naquela época era pejorativo. Eles associavam o termo às mulheres não casadas e que tivessem a disposição que as meretrizes tinham em relação ao sexo.
Meretrizes seria a mulher que recebia pagamento pelas relações, uma profissional do prazer. E a solteira, aquela que praticava somente pelo prazer, sem receber nada em troca. A fornicação lícita era apoiada pelas autoridades públicas, pela própria sociedade e tolerada pela igreja como um meio de salvaguardar a família, já que no discurso da igreja a mulher casada não deveria sentir prazer nas relações sexuais e sim, as mulheres desregradas. E também para preservar o próprio matrimônio.
Para alguns líderes eclesiásticos, em suas falas ensinavam que Deus exigia abstinência sexual em todos os dias santos. E além disso, os casais eram aconselhados a não manterem relações sexuais às quintas-feiras, por ser o dia em que Cristo fora preso; nem as sextas-feiras, em honra de sua crucificação; aos sábados, em da virgem Maria; aos domingos, pela ressurreição de Jesus, e às segundas-feiras, em respeito às almas falecidas (sobrando apenas terça e quarta).
A igreja procurava controlar cada faceta da vida do homem, não deixando ao indivíduo a menor liberdade.
Felizmente, a reforma protestante contribuiu no que diz respeito à ruptura de alguns dogmas, e a uma concepção coerente em relação ao sexo.



BIBLIOGRAFIA



VAINFAS, Ronaldo. Trópico dos Pecados: ZAHAR, Volume 1: 1994, Rio de Janeiro.


TIM, Beverly Lahaye. O ato conjugal: Editora Betânia. 8ª Edição: 1989, Minas Gerais.

15 de mai. de 2011

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM

 



            






                                    Apresentação






      O presente trabalho faz uma análise, à luz de Paulo Freire, Mário Parisi, dentre outros, sobre a avaliação e organização do trabalho pedagógico, considerando inúmeros aspectos e determinantes para avaliar;
      A avaliação requer uma leitura da situação social, passando ainda por: Responsabilidade, mudança, problematização, conscientização, compromisso, inclusão e esperança.




Avaliação e organização do trabalho pedagógico: Uma ordem freireana.





      Pensar na ação educativa, como processo de liberdade do homem, impõe a coragem de, entre outros fatores lançar o olhar crítico sobre os determinantes estruturais da escola, anaalisando as formas organizadas do trabalho pedagógico e as condições concretas do contexto educativo.
Para nos posicionarmos positivamente diante dos obstáculos que se apresentarão, posição essa, que nos leve teimosamente aonde queremos chegar.
À luz da concecpção de educação libertadora de Paulo Freire

      Pensar nos trabalhos pedagógicos e na prática educativa na concepção Freireana nos remete ao pensamento da ideia da educação como ato de liberdade. Tendo para isso a compreensão da literatura do livro pedagogia da autonomia, nos provoca com as seguintes ideias:


Tenho chamado a atenção para a natureza humana constituindo-se social e historicamente e não nos fazemos conscientes estś marcada pela finitude, pela inclusão e nos caracteriza como seres históricos.
Não apenas temos sido inacados, mas nos tornamos capazes de nos saberes inacabados.



Aí se abre para nós à possibilidade de inserção numa busca permanente. Uma das raízes da educação, e que faz especifidades humanas, se acha na realidade da inconclusão que se percebe como tal. A permanência da educação também está no caráter de constância da busca, percebida como necessária. (Freire,1977:35)





      Como ato de liberdade, a educação deve configurar-se como rejeição a qualquer forma de aprisionamento, domesticação, alienação, opressão para constituir-se como experiência dialética da libertação do homem, que se realiza no diálogo entre educador e educando.
      Nesta abordagem supracitada, implica em compreender a educação como de conhecimento e a relação interativa aprender-ensinar como desafio, curiosidade epistemológica, dúvida, provocação, criticidade, diálogo, reinvenção e recriação.
Destacamos a avaliação como elemento chave na organização e compreensão do trabalho pedagógico.
      Por sabermos que ensinar exige a reflexão crítica sobre a prática, porque a razão e a emoção, se configuram como elementos constituídos dos ser humano em sua unicidade. Quando pensamos criticamente sobre a prática estamos nos avaliando. “A prática docente crítica, implicante do pensar certo, envolve o movimento dinâmico, dialético entre o fazer e o pensar sobre o fazer”. (Freire, 1999:43).
      Historicamente, a palavra avaliação tem sido associada a julgamento autoritário, prova, erro, fracasso, reprovação e ainda hoje apesar do avanço teórico no campo da avaliação educacional, apesar dos novos paradigmas que enfatizam o caráter emanicipatório, libertador da avaliação, a prática pedagógica resiste em romper com uma cultura avaliativa que aprisiona, domestica, adestra, aliena e oprime.
      Apesar de estarmos no terceiro milênio, estamos ainda condicionados a uma tradição dos exames escolares, que foi sistematizada nos séculos XVI e XVII, com as configurações das atividades pedagógicas produzidas pelos padres jesuítas (séc. XVI) e pelo bispo protestante John Amós (séc. XVII). Certamente que existiam exames antes desse período; por exemplo, existem registros antes utilizados na China, em torno de três mil antes de Cristo, para seelecionar homens para o exército, pórém, “exames escolares”, como são praticados hoje na escola, foram sistematizados com o advento da modernidade.
      A pedagogia que emerge da confluência das teorias pedagógicas jesuítas e comenianas constitue o que hoje denominamos de pedagogia tradicional.
      Não é de graça que, ainda hoje, estamos praticando, em nossas escolas regras estabelecidas dos séculos XVI e XVII.
De acordo com Parisis, comênio surgeriu o poder púlblico de criar um personagem chamado 'Escolar', que tinha a responsabilidade de avaliar a escola, não o aluno. Não é este o espírito do chamado “provão” do ministério da Educação aplicada aos alunos das universidades? “Comênio antecipou, em muito essa proposta” (parisi, 1991:58).
      Apesar das enumeras concepções de avaliações a exemplos: classificatórias, educativa e auto-avaliação, que é frequentemente aplicada nos trabalhos pedagógicos avaliativos, encaminhavam tais aplicalções para serem refletidas à luz de freire, que nos ensina a avaliar humanizadamente como: consideramos o ser humano com as suas multifacetada experiência. Ele é um ser integral bio-psico-coagnitivo-social-histórico-espiritual.
     Avaliação e mudança: que está ligada a ideia de contrapor a avaliação progressiva que passara pelo desafio da intencionalidade.
      Para Freire, “os objeticos sociais mediam e produzam limites para o desenvolvimento do trabalho pedagógico na sala de aula.” (Freire, 1995:94).         
     Mudar é um ato de coragem que exige posicionamento definido quanto à direção que queremos dar às nossas ações a partir do entendimento que teremos dos objetivos sociais.

Avaliação e problematização

      Indagar é esforça-se por descobrir, é procurar saber, investigar, pesquisar, ir além do aparente; implica no adentramento crítico que nos leva à apreensão mais profunda do fenômeno do estudo. A atitude indagadora que caracteriza o ato de problematizar a avaliação representa o esforço de tomar a distância para tentar compreender, buscar significados nas respostas dadas pelos alunos as questões postas.

Avaliação e conscientização

      A conscientização, como atitude crítica frete ao mundo, caracteriza-se pela unidade dialética entre a ação e a reflexão. Como ação reflexiva, a avaliação se configura como processo de conscien-tização em que a dialogicidade e a interação serve de lastro à construção em que a dialogicidade e a interação serve de lastro à construção do conhecimento crítico.

Avaliação e compromisso

      A ação avaliada pontada na problematização e conscientização, tendo como horizonte a hu-manização do homem, tem que estar comprometida com a construção de uma nova sociedade. Nes-se sentido, o compromisso com um projeto pedagógico.
      É no coletivo que a ação pedagógica é construída e o compromisso político-pedagógico se tornam práxis.

Avaliação e inclusão

      Infelizmente, o controle social tem, na avaliação escolar, uma importante aliada nos processos seletivos da sociedade de classes. O sistema escolar não esta organizado para incluir, continua excluindo. Para combater a exclusão temos que contrapor a avaliação inclusiva que está preocupada em garantir o acesso e permanência e aprendizagem de cada um.

Avaliação e esperança

      Avaliar com esperança diante do quadro que se apresenta é visualizar uma nova organização escolar esperançado-nos na luta por uma escola cidadã e por mundo melhor.


Revisão / Bibliografia

      A prática educativa nos dias de hoje requer muitos saberes, esses saberes são indispensáveis para uma prática educativa realista, para tanto a leitura do livro pedagogia da autonomia de Paulo Freire, no ano de 1999, nos leva a essa compreensão.
      No entato a educação escolar é nosso fazer maior, que a todo instante desafia no saber, ou requer um saber realista da situação e seus determinantes. O livro do Professor João francisco de Souza, A educação escolar, nosso fazer maior produzido pelo NUPE – Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão Popular do centro de educação UFPE. Ano 2000.
      Porém, para avaliar precisamos tomar partindo de uma linha avaliativa, para a linha humanis-ta, temos Paulo freire que nos convida para avaliar criticamente nossa prática, que está bem explica-da no texto da Professora Maria Helena da Costa Carvalho. Avaliação e organização do trabalho pedagócido: Uma abordagem Freireana.






Bibliografia

Freire, Paulo. Pedagogia da autonomia, Ed. Paz e Terra, 12ª edição, P, 1999.

Souza, Francisco João. A educação, Nosso Fazer Maior, Desafia o Nosso Saber. Ed. Bagaço, Sp, 2000.

Parisi, Mario. Fundamentos da educação, História e Filosofia da Educação, Ed. Saraiva, SP, 1998.















1 de mai. de 2011

A IMPORTÂNCIA DA HERMENÊUTICA


A IMPORTÂNCIA DA HERMENÊUTICA BÍBLICA - PARTE 1 Preletor: Augustus Nicodemus

MENSAGEM

A IMPORTÂNCIA DA HERMENÊUTICA BÍBLICA - PARTE 1
Preletor: Augustus Nicodemus
Palestra proferida no Seminário Teológico do Betel Brasileiro na ocasião do lançamento da obra: A Espiral Hermenêutica (Edições Vida Nova).


Começarei falando da necessidade da hermenêutica bíblica. Como Osborne em seu livro A Espiral Hermenêutica, eu acredito sim que o propósito da hermenêutica é nos levar finalmente à pregação da Palavra de Deus. Contudo, antes de pregarmos, precisamos interpretar as Escrituras. Não é simplesmente abrir a Bíblia e dizer o que ela está dizendo. Nem todo mundo se apercebe do fato de que a leitura de qualquer texto sempre envolve um processo de interpretação. Ou seja, não é possível compreender um texto, qualquer que seja, sem que haja antes um processo interpretativo ― quer esse texto seja um jornal, quer seja a Revista Veja, quer seja a Bíblia. A leitura sempre envolverá um processo de interpretação ― ainda que esse processo seja inconsciente e nem sempre as pessoas estejam alertas para o fato de que um processo de compreensão está em andamento. A Bíblia é um texto. Ela é a Palavra de Deus, mas ela é um texto. Como tal, ela não foge a essa regra.

Cada vez que abrimos a Bíblia e a lemos procurando entender a mensagem de Deus para anunciá-la em nossa pregação, nos engajamos em um processo de interpretação, de maneira consciente ou não. Como Palavra de Deus, a Bíblia deve ser lida como nenhum outro livro, já que ela é única. Não há outra Palavra de Deus. No entanto, como ela foi escrita por seres humanos, deve ser interpretada como qualquer outro livro. Nesse sentido, a Bíblia se sujeita a regras gerais da hermenêutica e da interpretação, que fazem parte daquilo que é lógico e tem sentido dentro da nossa realidade. Ou seja, quando nós refletimos no fato de que a Bíblia é um texto ― sujeita a regras gerais de interpretação ―, temos um texto que está distante de nós por causa da sua idade, das línguas originais, do diferente contexto cultural. Tudo isso faz com que a leitura da Bíblia requeira um esforço consciente de interpretação. É diferente, por exemplo, de você pegar a Revista Veja ou Estadão e ler. Quando você se aproxima da Bíblia, está se aproximando de um texto antiquíssimo que foi produzido em outro contexto e em línguas, que não são faladas atualmente. Além disso, foi escrito para responder a perguntas que nem sempre são as mesmas perguntas de hoje. Daí a necessidade de interpretação de todo um processo consciente de hermenêutica.

Dessa forma, desejo falar desse fenômeno que nós chamamos de distanciamento, a partir de duas perspectivas. Primeiro, a Bíblia como um texto, como um livro, não caiu pronta do céu — embora se pensasse assim em determinada época. Ela foi escrita por pessoas diferentes, em épocas diferentes, línguas e lugares distintos. Por isso, é um texto distante de nós. Aqui é que entra o que os teóricos da hermenêutica chamam de distanciamento. No caso da Bíblia, esse distanciamento aparece em algumas áreas.

O primeiro distanciamento é o temporal. A Bíblia está distante de nós há muitos séculos. Seguindo a postura do cânon tradicional, o último livro foi escrito por volta do final do século I da Era Cristã. Para os liberais, o último livro teria sido escrito no século II, mas normalmente a data que se atribui é a do final do século I ― o que, portanto, nos separa temporalmente da Bíblia cerca de 2 milênios. Assim, não devemos pensar que um livro de 2000 anos pode ser lido como quem lê a Revista Época, em que a última edição saiu no sábado passado. Há esse fenômeno do distanciamento temporal, que precisa ser levado em consideração.

Em segundo lugar, há um distanciamento contextual. Os livros da Bíblia foram escritos para atender a determinadas situações. Várias delas já se perderam no passado. Por exemplo, o uso do véu não é um problema nosso aqui no Brasil. O ataque do próprio gnosticismo nas igrejas da Ásia Menor, o contexto de invasão do profeta Habacuque, o propósito de Marcos, a antipatia dos judeus para com os ninivitas na época de Jonas, todas essas situações distintas produziram a literatura que depois se tornou canonizada, e que nós chamamos de Escritura. Várias dessas situações nos são estranhas, não existem hoje. Dessa forma, além de ser um livro que foi escrito há 2000 anos, foi um livro escrito para atender a determinados problemas que não são os mesmos enfrentados hoje.

Em terceiro lugar, há o distanciamento cultural. O mundo que os escritores da Bíblia viveram não existe mais. Ele está em um passado distante, com suas características, sua cosmovisão, seus costumes, tradições e crenças. Nós vivemos hoje em um Brasil de tradição ocidental, influência europeia, americana e uma série de outras influências de um mundo completamente estranho àquele em que viveram os autores do Antigo Testamento e do Novo Testamento.
Em quarto lugar, temos o distanciamento linguístico. As línguas em que a Bíblia foi escrita também não mais existem. Já não se fala mais o hebraico bíblico, o grego koiné ― mesmo nos países onde a Bíblia foi escrita. Então, essas línguas já não são mais faladas ou conhecidas, a não ser através de estudo.

Em quinto lugar, nós temos o distanciamento autorial. Nós devemos ainda reconhecer que teríamos uma compreensão mais exata da mensagem se os autores da Bíblia estivessem vivos. Eu, por exemplo, gostaria de pegar o celular e ligar para Pedro e perguntar para ele o que ele quis dizer quando afirma que Jesus foi pregar aos espíritos em prisão, ou ligar para Paulo e perguntar o que ele quis dizer quando ele fala dos que se batizam pelos mortos, ou ainda o que Mateus quis dizer quando registrou a frase em que Jesus afirma que não cessariam de percorrer todas as cidades de Israel antes que viesse o Filho do homem. Eu gostaria de pegar o celular ou mandar um e-mail para os autores da Bíblia e tirar algumas dúvidas. Isso não é possível a não ser que você seja espírita e faça uma sessão de invocação de mortos.

Portanto, esse distanciamento faz com que os pregadores, antes de qualquer coisa, sejam hermeneutas. Eles têm que ser intérpretes. Eles têm que estar conscientes de que estão transmitindo o sentido de um texto antiquíssimo e distante de nós em uma realidade completamente diferente. É nesse ambiente que nós afirmamos que interpretar é tentar transpor o distanciamento em suas várias formas de chegar ao sentido original do texto ― à intenção do autor ― com o objetivo de transmitir o significado para os dias de hoje. É aqui que reside a tarefa hermenêutica.

Por outro lado, a Bíblia também é um livro divino, e esse fato faz com que também o fenômeno do distanciamento apareça. Por exemplo, o distanciamento natural: a distância entre Deus — o autor último das Escrituras — e nós é imensa. Ele é Senhor, o criador de todas as coisas no céu e na terra. Nós somos suas criaturas imitadas, finitas. A nossa condição de seres humanos impõe limites à nossa capacidade de entender e compreender as coisas de Deus, ainda que reveladas em linguagem humana. Existe um distanciamento natural entre nós e o texto bíblico pelo fato de que ele é a Palavra de Deus, é a revelação de Deus. Ele é “totalmente outro”, a alteridade de Deus. A diferença entre Deus e nós faz com que a sua revelação careça de estudo, de aproximação da maneira certa.

Além do distanciamento natural existe o distanciamento espiritual, porque somos criaturas pecadoras, caídas, e o pecado impõe limites ainda maiores à nossa capacidade de interpretação da Bíblia. É o que nós chamamos de limitações epistemológicas. O pecado afetou não somente a nossa vontade, não somente os nossos desejos, a nossa capacidade de decidir, mas também afetou a nossa capacidade de compreender as coisas de Deus. Isso explica a grande diferença de interpretação que existe entre crentes verdadeiros que estão salvos pela graça de Deus em Cristo Jesus, mas simplesmente não conseguem concordar na interpretação de determinadas passagens.

Há também o distanciamento moral, que é a distância existente entre seres pecadores e egoístas, e a pura e santa Palavra de Deus que nós pretendemos entender e pregar. Essa corrupção acabou introduzindo à interpretação da Bíblia motivações incompatíveis com ela. Por exemplo, a Bíblia já foi usada para: justificar a escravidão; provar que os judeus deveriam ser perseguidos; provar que os judeus deveriam ser defendidos; provar que os protestantes brancos são uma raça superior; executar bruxas; impedir o casamento de padres; justificar o aborto; justificar a eutanásia; justificar e promover os relacionamentos homossexuais; proibir a transfusão de sangue. O catálogo é imenso do que tem sido usado como motivação de agendas diversas e variadas.

Tudo isso evidencia que não é tão simples assim o que a maioria das pessoas pensa sobre “como” pregar a Bíblia.

Fonte: http://www.creio.com.br/

9 de abr. de 2011

Comentário Teológico de ICo 11:5



APRESENTAÇÃO



Neste comentário, procuramos refutar, algumas falácias concernentes ao uso do véu e o corte de cabelo, no contexto de Corinto.
Paulo enfatiza algumas determinações alusivas ao assunto, como princípios morais e eternos ou como princípios circunstanciais? Teríamos algum respaldo, à luz da Hermenêutica Bíblica, para determinar o uso do véu para os dias atuais? Seria uma falta de decência, das mulheres cristãs a não utilização do véu?
Porque as mulheres judaicas usavam o véu? E as Helênicas não usavam? E porque era proibido as mulheres contemporâneas do Apóstolo Paulo de terem os cabelos rapados?
Transliteração

PROS KORINTHIOYS A PASA DE GYNE PROSEYCHOMENE HE PROPHETEYSA AKATAKALYPTO TE KEPHALE KATAISCHYNEI TEN KEPHALEN AYTENS;


TRADUÇÃO LITERAL

Toda mulher orando ou profetizando descoberta com a cabeça desonra a cabeça dela;”


EXEGESE TEOLÓGICA


Neste trecho o vocábulo mais discutido é sobre a questão do uso do véu; o que o apóstolo Paulo quis nos ensinar? Seria este um ensino de valores eternos ou circunstanciais? E qual a utilização do uso do véu hoje?

  • Primeiro: À luz do contexto. O escritor fala sobre uma hierarquia na criação I Co 11:3, ordem na criação I Co 11:7-9.

  • Segundo: Discorrendo no contexto cultural, observamos que, a cidade de Corinto era estrategicamente estabelecida; foi uma autêntica metrópole, abrigando judeus, gregos e romanos. Portanto, havia uma miscigenação de raças e de culturas.

A cidade fornecia mais divertimento e opções culturais que outros portos menos importantes. Lá ficava o único anfiteatro (uma construção romana) da Grécia com capacidade para mais de 20.000 espectadores. O grande templo de Afrodite, sendo a deusa identificada com a lascívia e com a prostituição cultural, seu templo abrigava mais de 1.000 prostitutas.
A cultura de Corinto não era judaica, mas grega e fortemente influenciada pelos viajantes romanos que lá passavam. Portanto eles se vestiam, comiam e se portavam diferentes dos judeus.

  • Terceiro: O uso do véu.

Para os judeus era um costume antigo, que representava a decência das mulheres; cf Gn 24:36 – Submissão das mulheres.

  • Quarto: No caso de Corinto, temos um costume das prostitutas( sacerdotisas do templo de Afrodite ) terem a cabeças rapada, e também as mulheres gregas que não se prostituíam tinham o cabelo comprido, porém não usavam o véu. Então concluímos; numa cultura a não utilização do véu poderia ser motivo para o divórcio, também poderia ser uma forma de lamento, ter a cabeça rapada, ou indicar uma mulher culpada de adultério, seria também chipre rapar a cabeça.
  • As sacerdotisas do templo de Afrodite raspavam a cabeça e conforme um costume local, elas teriam que se entregar a algum desconhecido sexualmente, uma vez por ano ( havia em Corinto mil prostitutas – sacerdotisas de Afrodite ).

  • Quinto: Enfatizamos, que Paulo não ensinava nesta passagem bíblica, princípios morais eternos, e assim circunstanciais, ou seja, cultural. O ensino era que, por uma questão de coerência, aqueles que quisessem manter a tradição do uso do véu hebraico deveriam também preservar o uso dos cabelos compridos presentes na cultura helênica.

Segundo o escritor Ricardo Gondim “Isto porque, da mesma forma que uma mulher sem o véu era considerada prostituta pelos judeus, uma mulher com a cabeça rapada era tida como meretriz pelos gregos”.
A decência nesta questão não seria o comprimento do cabelo, nem tão pouco o uso do véu. E sim a decência com que a mulher se apresentava na igreja e na sociedade.
É possível, encontrar ainda hoje, em pleno século XXI, seguimentos religiosos diversos que respaldando-se na sua cultura,cosmovisão religiosa ou na interpretação de trechos bíblicos sem considerar o seu contexto, criam normas,regulamentos para legitimar nos seus seguidores mecânismos de controle.Doravante,é preciso pois,respeitar os costumes de cada seguimento religioso,ou seja, aqueles que proibem por exemplo: o corte de cabelo para as mulheres, ou o uso de calças compridas, sem contudo condicionar ou até mesmo atrelar a salvação de uma alma a observância irrestrita aos mesmos. Pois, conforme o conceito paulino “não vem das obras para que ninguém se glorie”.
Segundo a Hermenêutica Bíblica, devemos interpretar o texto dentro dos contextos: Histórico,geográfico,sintático,gramátical,lexicológico,teológico e doutrinal.Portanto,a lei geral diz: “Que um texto fora do seu contexto, servi de pretexto”.
Não há qualquer restrição bíblica, hoje quanto ao corte de cabelo ou a proibição do uso de calças comprindas para mulheres. Deve-se respeitar o contexto religioso e cultural que o seguidor(a) estão inseridos. Entretando, salientando sobretudo que, nenhuma tradição, norma cultural está acima das Escrituras sagradas.








REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  • Chave Lingüística do Novo Testamento, Vida Nova, 2003. SP.
  • É Proibido o Que A Bíblia Permite e a Igreja Proíbe, Editora: Mundo Cristão, 1998. SP.
  • Léxico do Novo testamento, Grego/Português, Vida Nova, 2000. SP.
  • Minidicionário da Língua Portuguesa, Aurélio Buarque de Holanda, Editora Nova Fronteira, 2000. RJ.
  • Novo Testamento Grego Analítico, Vida Nova, 1987. SP.
  • Pequena Gramática do grego Neotestamentário (Coinê), 8ª Edição, 1998: CEIBEL. MG.
  • Seitas Proféticas, JUERP, 5ª Edição, 2001. RJ.
  • Vida Cotidiana nos Tempos Bíblicos, Editora Vida, 201. SP.

8 de abr. de 2011

OS PERÍODOS ARQUEOLÓGICOS DA PALESTINA (Do Neolítico até a Idade do Ferro)


   Para Mazar ( 2003:51 ),a terminologia para os períodos mais remotos na palestina é baseada na periodização mundial mantida desde o trabalho de 1819 do arqueólogo dinamarquês Ch.J Thomsen.
Trata-se do sistema de Três Idades,que divide os períodos remotos em três unidades principais: Idade da Pedra, Idade do Bronze e Idade do Ferro.
     Segue-se abaixo uma tabela elaborada pelo arqueólogo israelense Amihai Mazar:
















Em função da disponibilidade do tempo apresentaremos uma síntese, a partir do período calcolítico.Este período se estendeu pelo fim do quinto e a maior parte do quarto milênios a.C.

O termo “calcolítico” baseado no grego chalkos,(cobre) e lithos (pedra), marca o aparecimento do cobre – o primeiro metal usado pelo homem.
  • Principal cultura – é a Gassuliana ( uma referência a Teleilat Ghassûl, verificar a posição no mapa, pois, este é o sítio-chave desse período),com 200 mil metros quadrados de área, localizado em uma encosta, elevando-se acima da costa oriental do Mar Morto.Neste sítio arqueológico foram encontrados vários artefatos que retratavam o estilo de vida, estrutura familiar, sistema de culto e etc.
  • Características: As casas eram planejadas arquitetônicamente – eram conectadas umas às outras em suas estreitas laterais.Segundo o autor acima citado, era para criar diversas cadeias paralelas de casas com espaços abertos entre as cadeias.As casas mediam cerca de 3,5m x 12m. As cadeias de casas serviam a uma família nuclear.( Encontraram de 20 a 50 casas nos assentamentos maiores dessa região , eram casas retângulares maciçamente construídas com grandes pedras de basalto e pavimentadas com pedras).
  • Assentamentos: em linha geral, ficavam em áreas como o deserto da Judéia, as colinas de Golã e Teleilat Ghassûl.
  • O templo em Engadiem si era uma “sala larga” medindo cerca de 5m x 20m, com a entrada na longa parede de frente para o pátio. O templo representava a casa do deus. Um Santo dos Santos – uma instalação em forma de ferradura com com uma pedra polida a prumo.Ossos e cinzas de animais encontrados em covas circulares eram os remanescentes dos sacrifícios ali feitos, e os bancos no templo serviam para oferendas. O conceito da “sala larga”no templo em Engadi era o começo de uma tradição de aquitetura religiosa na Palestina, que deveria persistir até pelo terceiro milênio a.C. Até o fim da Idade de Bronze Antigo.
  • A indústria de cobre e a “Caverna do Tesouro”a mais sofisticada indústria de cobre. Diversos objetos feitos desse material foram descobertos em assentamentos:cabeças de machados em Teleilat Ghassûl e diversas cabeças de maça e outros artefatos na região da Barsabéia.
  • Em 1961 a descoberta feita por P.Bar-Adon do depósito de metais na “Caverna do Tesouro”em Nahal Mishmar, uma distante caverna sobre a face de um penhasco no Deserto de Judá, foi revolucionária.O bem oculto depósito incluía 436 objetos de cobre,enrolados em uma esteira. Estavam excepcionalmente conservados devido às condições climáticas extremamente secas.Estes objetos eram bem feitos e ilustravam uma sofisticada tecnologia de fundição de metal.

Idade do Bronzehá uma discordância entre os estudiosos com relação da utilização deste metal no sentido moderno ( liga de cobre e estanho, ou de cobre e manganês ) ainda não existia na época.Outros, porém, defendem a remota utilização.As datas desse período oscilam ente 3300,3000 e 1200 a.C.

Mudanças de grande alcance ocorreram em todo o antigo Oriente Próximo:
Tanto no Egito faraônico como na Mesopotâmia sumeriana – desenvolveram civilizações literárias, caracterizadas por um complexo governo e pelas hierarquias religiosa, administrativa e social.( Ambas as civilizações desenvolveram um sistema de escrita, bem como de arquitetura e arte monumentais.

  • Características: Casas redondas, estruturas curvilíneas ou elipsada – pode representar uma tradição estrangeira ( possivelmente leste da Anatólia ).
  • Costumes funerários:  As famílias eram enterradas na mesma caverna artificial ou natural juntamente com uma variedade de oferendas: vasos de cerâmica, jóias e objetos de metal.
  • Assentamentos: Numerosos foram encontrados no período do BA I,que estavam estabelecidos nas regiões férteis do país: a planície costeira, Sefelá, vale do Jordão dentre outros.
  • Economia: Novas culturas foram introduzidas, especialmente a horticultura, nas regiões montanhosas; uvas e figos ( podem ter sido plantadas pela 1a vez durante esse período ).
  • Sítio-chave: é o Tel Erani ( BA I ), atingiu uma área de quase 200 mil metros quadrados.
  • Cultura urbana : ( BA II e III – aprox. 3050 – 2300 a.C. ), encontraram: Cidades fortificadas, com edifícios públicos, como templos, palácios, celeiros e reservatórios de água, ilustram esse processo.
  • Fruticultura evoluida: Os estudos paleoambientais encontraram uvas, tâmaras, figos, romãse resmanecentes de azeitonas.
  • Fortificações: muros simples de pedra, com entre 3 e 4 metros de largura, cercavam cidades ( exemplo: Arad, Meguido, Jericó , dentre outras ), torres em forma de ferrraduras e semicirculares.
  • Período dos patriarcas : comparando as narrativas bíblicas com relação as cidades fortificadas, a ambientação do antigo Oriente Próximo – peregrinação de Abraão.Ademais, o arquivo de Mari fornece informações sobre a estrutura social e ao comportamento do cotidiano da época e os arquivos de Nuzi.
  • Opressão da dominação egípcia: ( aprox. 1550 – 1200 a.C. ) é necessário neste contexto estudar os antecedentes históricos – expulsão dos hicsos, reunificação do Egito dentre outros ).
Idade do Ferro – Compreende o período de 1200 a 300 a.C.aproximadamente.

Neste período, surgiram mudanças significativas:

  1. O sistema cananeu de cidades-Estados foi substituída por uma estrutura etnopolítica – em que diversas regiões do país foram habitadas por diferentes povos. ( Assim, na Palestina Ocidental havia israelitas, filisteus e outros povos do mar correlatos, além dos resmanecentes da população cananéia nativa.
  2. Período dos Juízes : Os filisteus foram os primeiros a utlizarem o ferro.Os israelitas se expandem como nação.Período de conturbações internacionais.
  3. Divisão do reino
  4. Cativeiro Assírio ( Sargão II ).
  5. Destruição do templo de Salomão ( aprox. 586 a.C. )
  6. Utilização de cerâmica bicolor.
  7. Costumes funarários: foram identificados desde sepulturas simples, vasos esquifes, sepulturas em rochas e urnas dependendo do contexto histórico.
  8. Arquitetura das habitações: Predominancia de casas com pilares.


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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:




CHAMPLIN,R.N. Enciclopédia de Bíblia,Teologia e Filosofia.Volume III.7a edição.Editora:Agnos.São Paulo,2004.
MAZAR,Amihai. Arqueologia na Terra da Bíblia. Editora: Paulinas, São Paulo, 2003.
PRICE,Randall.Pedras que clamam,2a edição, Editora: CPAD, Rio de Janeiro, 2003.

THOMPSON, DR.John A .A Bíblia e a Arqueologia,Editora: Vida cristã, São Paulo,2004.